quinta-feira, 8 de junho de 2023

Exposição “Omolu | A Cura” bate recorde de visitação em único dia no Rio

Mostra que traz registros da arte de terreiro está em exibição na Cidade das Artes
Com 20 dias de exibição, no último final de semana a mostra fotográfica ‘OCEE – Omolu | A Cura’ bateu o recorde de visitação, com a marca acima de 410 pessoas, entre sábado e domingo. Integrando a programação comemorativa de 10 anos da Cidade das Artes Bibi Ferreira, a produção cultural conta como acervo de 5 fotografias de Bendito Benedito que registram a arte de terreiro e 14 fotografias do espetáculo que leva o mesmo nome da exposição. O sagrado sob as lentes da produção cultural é retratado em prol ao combate à intolerância religiosa, que conta também com um vídeo sobre a construção do espetáculo ‘Omolu, A Cura’ e o processo de unir arte e religião. A exposição traz, então, elementos de artes visuais que remetem à divindade Omolu e as características do seu culto.
Para a produtora Emanuele Sanuto, a reestreia da exposição no maior polo cultural da América Latina é a oportunidade de amplificar vozes silenciadas: “É muito importante para a cultura de terreiro ocupar esses espaços, para a gente de fato combater não só com falas, mas com ações combater à intolerância religiosa que ainda é muito presente na sociedade em que vivemos hoje”. O evento tem apoio da Coordenação de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro, da Cidade das Artes e Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro e é uma realização da Sanuto Produções, empresa que completa 12 anos de experiência no segmento cultural. OCEE - Omolu | A Cura fica em exibição até o dia 30 de junho na Cidade das Artes, sala Vip, que fica localizada na Avenida das Américas, 5300, Barra da Tijuca - Rio de Janeiro. O espaço fica aberto das 10h às 19h, de terça a domingo, com entrada gratuita. A classificação é livre. Para mais informações acessem o Instagram: @ocee.oficial . Serviço: Exposição: OCEE - Omolu | A Cura Local: Cidade das Artes - (Sala Vip) Endereço: Avenida das Américas, 5300, Barra da Tijuca Temporada: de 17 de maio a 30 de junho Horário: das 10h às 19h, de terça a domingo Entrada: gratuita Classificação Livre Ficha Técnica: Idealização e Concepção do Projeto: Emanuele Sanuto Realização: Sanuto Produções Direção de Audiovisual e autor das Obras: Marco Alcântara - Bendito Benedito Direção Artística: Hudson Batista - Gudi Hud Coordenação: Mameto Verônica Ria Ndandalunda Produção: Marilene Ribeiro Curador: Robson de Paula - Tata Agionà Ria Nkasute Leitura e Cenografia: Alex Carvalho Elenco (vídeo): Lucia Sanuto, Canela Monteiro, Flavinny Oliveira, Priscila Lúcia (in memória) e Luigi Barker Figurino: (Nanã e Yemanjá) - Angélica Ria Matamba Espetáculo: André Guilherme, Fabio, Wendel Santos, Pri Araújo e Helen Cabral Ator convidado: Fábio França Identidade Visual: Greice Kelli Design Gráfico: Natasha Arsenio - Jocamali Comunica Assessoria Jurídica: Dra. Ana Paula - AP Carvalho Advocacia e Assessoria Jurídica Assessoria de Imprensa: Angélica Zago - Angel Comunicação e Assessoria Apoio: Coordenação de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro e Cidade das Artes.

terça-feira, 16 de maio de 2023

“Rio, o Ori” chega às livrarias abordando a psicologia da cidade

A obra traz os aspectos formadores do Rio de Janeiro, encontros, memórias ancestrais, vivências diversas e críticas sociais.
Como já cantávamos em “Rio 40 Graus”, o Rio é um grande “purgatório da beleza e do caos”. A música traz a poesia de uma cidade cheia de desarmonias, que se encontram e se afinam entre a paisagem dos cartões postais e a realidade das comunidades, oscilando entre o jeito do carioca de ver a vida e os inúmeros problemas sociais existentes, da corrida para alcançar o ônibus lotado de manhã a caminhada suave no calçadão de Copacabana, das gírias, dos gestos e traços que formam a alquimia carioca. É na busca de entender a psique confusa e tão contraditória que habita nesta geografia, que chega às livrarias “Rio, o Ori”. A obra retrata uma cidade arrastada por dores e delícias, pela complexidade dos interesses que a constituíram e que tem nos seus modos uma psicologia das ruas. Dessa forma, faz ecoar vozes oprimidas, com suas memórias sobre o lugar que temos e aquele que almejamos ter, na busca de uma paisagem mais inclusiva e humana. Para tanto, traz histórias inspiradas em figuras como Marielle Franco, Seu Ubirany e mestre Monarco, que desfilam por textos com densidades e levezas extraídas de vivências de pessoas tidas como menos importantes, mas que modelam o Ori desta cidade, que em iorubá significa “cabeça”. Se referindo a um destino ou intuição espiritual, Ori é a persona, com toda a sua força e grandeza. Logo, a psicologia da cidade se lê em quem a compõe e na forma como se organiza. De autoria da escritora Valesca Lins, “Rio, o Ori” é um livro de reconhecimento e reflexão. Carioca, dramaturga, pedagoga da rede pública de ensino e psicanalista, é autora de várias outras obras literárias: “Será que meus destroços estão despertando? Talvez, sim! Sou boa aprendiz, sei rasgar-me e mesmo assim, permanecer inteira’. Neste pensamento de uma das personagens de um dos contos do livro faço alusão ao que penso ser o Rio de Janeiro. Um lugar despedaçado que se mantém vivo e pulsante, pois a cultura é a gira que faz tudo rodar. As histórias trazem este e outros aspectos formadores da cidade, além de encontros, memórias ancestrais, críticas, violências, o abandono estatal que acaba por fazer as pessoas buscarem auxílio em algo que pode suscitar ódios”, explica. E completa: “Ao mesmo tempo que é um canto de amor ao Rio, é um clamor para que a gente se revisite como povo. Apesar de uma geografia específica, os textos podem se comunicar com qualquer um, pois os sentimentos, situações vivenciadas pelas personagens tocam o solo comum a todas e todos". O lançamento do livro acontece no próximo dia 27 de maio, às 13h, na Livraria e Edições Folha Seca, que fica na Rua do Ouvidor, 37, Centro do Rio. A publicação é da Editora Appris e terá o valor de R$ 38 reais. Serviço: Lançamento do livro “Rio, o Ori” Data: 27/05/2023 Horário: 13h Local: Livraria e Edições Folha Seca Endereço: Rua do Ouvidor, 37, Centro

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Viaduto de Madureira recebe o espetáculo de Jongo Fuzuê: Salve, Madureira!

O tradicional espaço na zona Norte terá diversas manifestações artísticas e culturais em 18/5
O Viaduto Negrão de Lima, popularmente conhecido como Viaduto de Madureira, será palco do evento Fuzuê: Salve, Madureira! na quinta-feira, dia 18 de maio, a partir das 20h, com entrada gratuita. O espetáculo de jongo, ritmo tradicional do Morro da Serrinha, juntamente com samba de roda e coco, é feito para o público dançar e interagir. A atividade é realizada pela Companhia de Aruanda e faz parte do projeto Escola de Patrimônio Imaterial, patrocinado pela Petrobras e pela Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do RJ. Será um encontro de manifestações da cultura popular brasileira, lúdica, expressiva e musical. O Fuzuê: Salve, Madureira! é uma festa do povo, a partir do encontro das tradições ancestrais, em território afro-indígena, o Viaduto de Madureira. Segundo a organização, o evento é uma “prática experimental de vivência sócio afetuosa, coletiva e livre”. O Jongo é uma manifestação cultural de origem africana, da região do Congo-Angola, que chegou ao Brasil através dos escravizados, trazidos ao país para as lavouras de café nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O ritmo teve seu início no Vale do Café, e com a abolição foi trazido para os morros cariocas, dentre eles a Serrinha, em Madureira. Trata-se de um dos patrimônios imateriais da Serrinha, assim como a umbanda, o partido alto, o samba de raiz, as festas populares de São Jorge, São Cosme e Damião. O espetáculo é uma produção da Companhia de Aruanda, formada por alguns herdeiros culturais de Mestre Darcy, que há 15 anos tocam, cantam e dançam jongo e samba debaixo do Viaduto de Madureira, numa grande roda aberta a todos. O nome da celebração é Fuzuê d’Aruanda e acontece mensalmente, na terceira quinta-feira do mês.
Escola de Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro A Companhia de Aruanda é um dos grupos que integram a Escola de Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro, projeto patrocinado pela Petrobras e pela Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa que teve início em 2022. A Escola tem como objetivo a educação de crianças, adolescentes e jovens de comunidades tradicionais, através da realização de atividades intergeracionais de transmissão oral de patrimônios imateriais fluminenses, de cinco comunidades detentoras desses saberes e fazeres ancestrais em seus territórios. A iniciativa oferece estrutura para que Mestres e Mestras transmitam e exibam seus saberes e fazeres tradicionais, buscando garantir a salvaguarda desses tesouros. São músicas, danças, integração com a natureza, comidas, ervas de cura. Frutos dos encontros de povos originários com escravizados de diversas nações da África. São tradições matrizes da cultura brasileira, fundamentais para a construção da nossa música popular e que devem ser salvaguardadas. Sobre os Grupos ➤ Quissamã: Sítio Santa Luzia Quilombo Machadinha (rodas de jongo, gastronomia das senzalas e boi-pintadinho) ➤ Madureira: Companhia de Aruanda (rodas de jongo e de samba) ➤ Guapimirim: Centro de Tradições Afro Onixêgum (tambores, cantos, danças, uso de plantas nas medicinas e encantos) ➤ Magé: Grupo Zé Mussum (rodas de capoeira e de jongo) ➤ Paraty: Ciranda Caiçara de Tarituba (ciranda, folias, saberes da pesca, gastronomia caiçara) SERVIÇO: Fuzuê: Salve, Madureira! Quando:18 de maio de 2023 (quinta-feira) Horário: a partir das 20h Local:Rua Carvalho de Souza s/nº embaixo do Viaduto Negrão de Lima – Madureira Os veículos interessados em cobrir a atividade podem entrar em contato com: alessandracostadivulga@gmail.com ou (21) 97618 0422 Para saber mais sobre a Escola de Patrimônio Imaterial do Rio, siga as redes e acesse nosso site: @patrimonioimaterialrio (Instagram) e https://patrimonioimaterialrio.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Briga de casal é tema de novo single

Assunto inspira lançamento do cantor e compositor Klinger Sebestyen
Quem nunca viveu uma briga numa relação amorosa? Foi com base nessa pergunta e numa história real que o cantor e compositor Klinger Sebestyen teve a ideia de compor a canção "Jeito de Amar", nova música de trabalho do artista, que vai ser lançada no próximo dia 21/10 nas plataformas digitais. Ele contou como teve a inspiração a partir da vivência de um casal de amigos. "Compus o single a partir de uma briga de um casal de amigos. Eu estava vindo de um Moto Clube junto com um antigo vocalista e um primo. A esposa de um deles ligou questionando o motivo de não ter sido levada também. Mas a resposta de um dos amigos ao dizer (Você me conhece muito bem!) Foi o gatilho para vir a música na minha cabeça.", explica Klinger. Para o artista, nascido em Manaus e que já vive há alguns anos no Rio de Janeiro, a composição das músicas nasce justamente de temas do cotidiano. "No geral minhas músicas sempre buscam essa relação com a vida. Falo sobre amores, dores e reflexões sobre o que acontece ao nosso redor, envolvimento a arte, questões sociais e culturais.", reflete o artista. Em relação ao estilo musical, as referências de Klinger passam pelo pop e rock nacional. Foi com essa perspectiva que até aqui ele já lançou um primeiro EP intitulado "Luz do olhar", com algumas composições autorais e outras em parceria, onde uma delas teve clipe já disponibilizado em todas as plataformas digitais.
Mais sobre o artista Klinger Sebestyen começou a carreira aos 20 anos de idade no ano de 2012. Foi quando um amigo resolveu montar uma banda e o convidou para fazer parte tocando contrabaixo. Foi a partir dessa experiência que o despertou uma vontade de ter um trabalho autoral. Assim, desde 2015 já vinha compondo, mas o estilo das músicas não cabiam no projeto da banda, o que acabou gerando seu desligamento do grupo. Foi nesse momento que Klinger começou a escrever as próprias músicas, o que culminou na gravação de 7 músicas do primeiro EP , após ter sido motivado pelo produtor musical Cláudio Kote. Dentre as canções estão "Seu Olhar" e "Corpo Mundano". Para saber outras novidades da carreira do artista, basta acessar o Instagram @Klinger_sebestyen .

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Coletiva Mulheres+ de Propósito realiza amanhã a última apresentação do cortejo Encantadas

Local conhecido como Pequena África celebra a Tradição das Tias Pretas e a liberdade de gênero e formas de expressão feito por um time de mulheres negras e pessoas trans
O cortejo teatral Encantadas: No Caminho das Tias Pretas, após curta temporada na área da Pequena África, Zona Portuária do Rio de Janeiro, chega a sua última apresentação hoje, dia 06 de outubro, a partir das 19h no Cais do Valongo. O espetáculo desenrola-se com interação total com o público em uma caminhada festiva e celebrante que terá canto, dança, poema, reza e muito resgate da memória negra e das Tias Pretas baianas que deixaram um legado cultural imenso, não apenas para a região, mas para a cultura brasileira como um todo. A atração cultural visa a uma construção política acerca do pertencimento a uma cosmologia Africana e homenageia essa tradição em três gerações: Tia Carmem do Xibuca (séc. XIX),Tia Dodô da Portela (séc. XX) e Tia Lúcia (séc. XXI).
A ação é dividida em cinco estações com partida no Cais do Valongo, passando pela Esquina do Pecado com a Rua do Livramento, Praça da Harmonia, Instituto dos Pretos Novos e termina com uma roda de samba no MUHCAB (Museu da História e Cultura Afro-Brasileira) com gosto de cultura, sendo servido aos presentes: feijão, cachaça, cocada, bolinho de estudante e acarajé.
Durante todo o trajeto as artistas: Lú Fogaça, Azula, Angélica de Paula, Gaby Magalhães, Francine Melo e percussionistas se revezam na performance que resgata a história das Tias Pretas ocupando através da música com coro de vozes, falas e cantos entoados ao toque de tambor a Pequena África. Todo o trabalho é realizado por mulheres e pessoas trans, pondo em questão não só o debate acerca da cor da pele, mas também de gênero, valorizando então, uma pauta sobre a exclusão social que ainda hoje, se faz muito marcante.
Roteiro do cortejo O espetáculo músico-teatral começa no Cais do Valongo, local emblemático pela sua relação histórica com os povos negros oriundos da África que desconectados de sua essência cultural vinham forçados, em navios negreiros, para serem escravizados e mortos no Brasil. O cortejo trata-se de uma busca ancestral através da figura feminina das "tias". Elas são consideradas mulheres mais velhas, lideranças religiosas e culturais que devido à sua sabedoria se reconhecem e são reconhecidas por deterem um saber-fazer que remonta essa herança africana na cidade. As Tias são progenitoras, líderes, rezadeiras, cozinheiras, quitandeiras... mães de Santo. Uma honraria das mais altas e caras na Pequena África. Na Estação 01, chamada de Valongo Afrofuturista: Reis e Rainhas de África desembarcam em São Sebastião do RJ. Aqui é o ponto de partida do cortejo, o Cais do Valongo. Após, partem para a Estação 02, Povo de Rua - Encruzilhada da Rua do Livramento com Esquina do Pecado, e neste momento é o toque do tambor que brilha junto da performance das artistas. A Estação 03 destaca-se pela abertura com a música Quilombo entoada pela cantora travesti Azula, (apresentou-se no espaço favela do Rock'n Rio, este mês), pelo poema: Vozes-Mulheres de Conceição Evaristo e a apresentação da figura das Tias homenageadas. O fechamento deste ciclo se dá com uma música inventada, interpretada pela cantora Angélica de Paula, moradora da Zona Portuária, que mescla português e o dialeto Iorubá. Estação 04 - Saravando Nossos Ancestrais representa a chegada ao Cemitério dos Pretos Novos. Aqui é um momento de protesto e reflexão política contra a realidade contemporânea de violência aos marginalizados socialmente no Brasil. Nomes de vítimas do genocídio que assola o RJ são lembrados sob a realização de descarrego e Água de cheiro. Um varal com blusas fecha a rua em um minuto de silêncio. A Estação 05, o Quintal das Tias. O MUHCAB é a parada final do cortejo, mas que é só o início de uma bela comemoração que remonta às celebrações festivas que eram promovidas nos quintais das Tias Pretas. Para animar ainda mais o público e valorizar os frutos da cultura afro-brasileira, um "sambinha de lei", regado a quitutes comumente oferecidos pelas Tias nas festas que realizavam em seus quintais em tempos de resistência negra, que motivam e inspiram até os dias atuais.
Quem realiza e onde nasceu o Cortejo sobre as Tias Pretas? A Coletiva Mulheres+ de Propósito sediada na Casa do Propósito é formada por mulheres e pessoas trans de diversas frentes de atuação, desde comunicação e produção cultural até história e artes visuais e cênicas. Por meio de projetos artísticos e sociais promovem a luta contra a LGBTQIA+fobia e as desigualdades de classe, gênero e raça. A Casa do Propósito é um espaço artístico, cultural, afetivo e político, localizado na Gamboa/Rio de Janeiro. Idealizado em 2018 pela artista Adriana Zattar, a casa atua em diversas frentes do fazer cultural como artes visuais, música, teatro, cinema, dança, terapias holísticas, rodas de conversa, palestras e cursos.
Serviço Cortejo | Encantadas: No Caminho das Tias Pretas Datas: 06 de outubro Horários: Concentração: 19h00 no Cais do Valongo / Cortejo: 19h30. Rota: Cais do Valongo; Esquina do Pecado com a Rua do Livramento; Praça da Harmonia; Instituto dos Pretos Novos; MUHCAB (Museu da História e Cultura Afro-Brasileira). Contatos: mulheresdepropositorj@gmail.com @mulheresmaisdeproposito

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Artistas cariocas realizam as últimas apresentações do espetáculo Restar

Com a temática: preservação ambiental, o espetáculo de dança criado pelo Coletivo Objetos em Rede visa provocar um debate público e atrair atenção para a questão urgente das mudanças climáticas e do impacto dos resíduos plásticos neste contexto. O Coletivo é um braço da Os Dois Companhia de Dança, formada pelo performer e artista visual Hilton Berredo e a bailarina e coreógrafa Giselda Fernandes, que assinam respectivamente a Colaboração Artística/Espaço Cênico e Direção Geral/Direção de Movimento da performance RESTAR.
RESTAR foi contemplado pelo edital Fomento à Cultura Carioca (FOCA 2021) – após turnê de dois meses pela cidade do Rio de Janeiro, chega à Baixada Fluminense no dia 30/09, com duas sessões gratuitas às 10h e 14h. Para dar vida ao espetáculo, nove performers oriundos de diversas partes da cidade do Rio - com Direção de Giselda Fernandes - se juntam em cena para a realização de em um trabalho conceitual, que utiliza o objeto-partner como elemento essencial no debate sobre as consequências da poluição ambiental. A performance consiste em uma ação em que os bailarinos utilizam, sacos plásticos, garrafas pet, caixas plásticas, tampinhas de garrafa e outros objetos sintéticos, coletados especialmente para o trabalho. Esses objetos possuem um grande apelo visual e sonoro, e são trabalhados de forma a causar um forte impacto no público. É impossível assistir RESTAR e não refletir sobre a importância de um olhar consciente para o descarte de objetos plásticos; sobre o reuso desses objetos; sobre a possibilidade de transformação do que seria num primeiro momento “descartável”; sobre o acúmulo de lixo no planeta; sobre como isso afeta nossos corpos e nosso dia a dia. Em um determinado momento da cena, tais resíduos são amarrados em longas “tripas” que servem de ‘cordão de isolamento’ para envolver os participantes enquanto evoluem no espaço de apresentação. O projeto RESTAR objetiva dar continuidade e longevidade ao trabalho do Coletivo Objetos em Rede e promover a realização desta circulação com 08 apresentações, que deverão fomentar um estreitamento de vínculos entre atores culturais da cidade. Nesse sentido, o projeto prevê participações de artistas e agentes de cultura locais, moradores e/ou atuantes nos locais de apresentação do espetáculo. O objetivo é promover o debate acerca dos resíduos plásticos e seus impactos no meio ambiente, abrindo um diálogo artístico com público e artistas locais. O Coletivo Objetos em Rede Tudo começou em 2019 com a vontade da artista Giselda Fernandes de dar uma resposta artística às questões ambientais e sociais contemporâneas. Naquele momento Giselda convoca oito performers de diferentes pontos da cidade do Rio de Janeiro para criação de uma videoperformance, que estreou em novembro de 2020. O processo foi realizado de forma remota com encontros virtuais, por conta do isolamento social causado pela pandemia do Covid-19, e isto, transformou a visão dos performers passará desenvolver diversas reflexões sobre essa premente questão. Reunidos sob a orientação da coreógrafa Giselda Fernandes e do artista e professor universitário Hilton Berredo, o Coletivo Objetos em Redes utiliza objetos plásticos como parceiros (objeto-partner) em suas manifestações performáticas. O resultado pode ser visto como uma forte reação ao atual estado de coisas em que cada pessoa pode se ver transformada em seres plásticos que desequilibram o planeta. Na ocasião, o projeto teve o apoio do Prince Claus Fund e Instituto Goethe. - Objetos em Redes não reconhece fronteiras entre arte e natureza, entre corpo e objeto, entre cidade formal e informal, entre hoje e amanhã: presencialmente ou on-line nos afetamos e queremos afetar a todos com os desafios de cocriar o mundo das futuras gerações - explica a diretora, Giselda. Com a criação da Videoperformance, o grupo viabilizou seu encontro presencial através de uma residência artística. Neste encontro, o coletivo se consolidou e produziu uma Instalação Coreográfica que foi transmitida em LIVES pela página do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e gravada para ser transmitida via Sympla. Aprofundando as pesquisas realizadas para a videoperformance - pesquisa que incita as relações corpo-objeto e corpo- meio-ambiente numa composição coletiva a partir de caminhos individuais - nasce o Coletivo Objetos em Rede! Programação: 30/09 (sex) - 10hs e 14hs - Arena Jovelina (Pavuna)

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Espetáculo OCEE – Omolu | A Cura! Em única apresentação na Tijuca

Com música, dança afro e teatro ele estreia em agosto no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro Crédito das Fotos: Bendito Benedito
A única apresentação, da 3ª edição do espetáculo OCEE – Orixá, Cultura, Evolução e Essência | A Cura faz o convite à reflexão sobre o atual momento de vida brasileiro e mesmo, mundial. Em tempos de mudanças e intolerância religiosa, a sociedade contemporânea está doente e encontra na espiritualidade um dos caminhos para o conforto. O espetáculo produzido pela Sanuto Produções com direção e roteiro de Hudson Batista, foi contemplado no Edital de Chamada Emergencial nº 06/2021: "Povos Tradicionais Presente". A apresentação será no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, na Tijuca, dia 14 de agosto, às 18h30. O espetáculo é marcado pela dança afro, música e outros elementos teatrais que constroem o enredo da trama. Em cena, o ator Fábio França representa o Andarilho e a atriz Lucia Sanuto, a mãe de santo. Os dançarinos, Canela Monteiro (Omolu), Flavinny Oliveira (Nanã) e Priscila Lúcia (Yemanjá) darão vida aos Orixás que perpassam toda a história trazendo o acalento.
O espetáculo A narrativa transmite através da história do Andarilho, o personagem central da trama, a esperança de que tudo tem o seu tempo para acontecer. Todo o desenrolar do espetáculo perpassa pela caminhada dele que é encenado por Fábio França. O ator usará vestes predominantemente brancas sobre um corpo marcado por cicatrizes. Ele interage e dialoga todo o tempo com os demais personagens e também consigo próprio, em breves monólogos com tom de desabafo.
Na história, Andarilho, é um homem que desacreditou da vida, ao passar por perdas familiares e afetivas, encontrando-se sozinho a peregrinar pelo mundo. Quando criança, por misericórdia, sua cabeça foi entregue à Omolu para livrá-lo de uma grave doença, mas apesar disso, tornou-se um homem sem fé. O espetáculo começa com caminhos e encruzilhadas, que são os locais por onde ele passa, desacreditado, sofrido, a ponto de achar que nem a morte o quer! Em determinado dia, durante suas andanças, a sua ancestralidade (OMOLU) se personifica em sua frente e o faz entender que muitas vezes o que nos mantém de pé, enquanto sujeitos, são as forças vitais, ancestrais a que desconhecemos. Quem é Fábio França, o Andarilho?! Profissional múltiplo, a serviço da cultura. Desde 2001 atua como diretor de Produção da Diverso Cultura e Desenvolvimento. Na Instituição produziu 27 espetáculos teatrais, entre eles: “Oboró – Masculinidades Negras”, ganhador do Prêmio Shell nas categorias de melhor figurino e melhor dramaturgia, também indicado em 3 categorias do prêmio APTR e ganhador do Prêmio Ubuntu em sete categorias. No audiovisual foi produtor executivo do clip “Ombrinho”, dirigido por Lázaro Ramos, através da Universal Music; “Macbeth Preto”, documentário de Rodrigo França. Em 2021, trabalhou nas produções cinematográficas da Produtora A Fábrica em "Barba, Cabelo e Bigode", 2022 na série "Sem Filtro". Participou também na produção do documentário, "Enredos da Liberdade", produzido pela Produtora Couro de Rato. No viés do carnaval, durante quatorze anos trabalhou como produtor executivo nas escolas de samba: Grande Rio, Império Serrano, Porto da Pedra, Portela, Mangueira e Vila Isabel. Atualmente é Idealizador e Diretor de Produção do evento mensal "Samba no Museu", uma roda de samba dentro do Muhcab - Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, localizado no Rio de Janeiro.
No rastro da história do espetáculo OCCE Contra o preconceito de todos os âmbitos e sobretudo religioso, a produtora cultural Emanuele Sanuto, 36 anos, traz o tema para discussão através da cultura, por meio de exposições, espetáculos teatrais, o canto e dança. Na primeira edição em 2017 foi proposto o reconhecimento, valorização e fortalecimento da identidade da população negra através das danças e vestes dos orixás. Já no evento seguinte, abordou as forças da natureza para desmistificar as crenças sobre o candomblé e seus rituais com os elementos ar, terra, fogo, folha e água. Finalmente, pós-pandemia, esta que é a terceira edição; a deste ano, traz um espetáculo provocativo à reflexão e um convite para ressignificação dos sentimentos.
“Lutar contra o preconceito é dever da sociedade civil, sejamos pretos ou brancos. Os trabalhos desenvolvidos pela Sanuto Produções têm cunho social e de militância contra o preconceito. Por isso, faço um convite: no dia do espetáculo venham de branco, seja de qualquer crença ou religião. Junte-se a nós!", conclama, Sanuto. Coincidência ou não, a data da estreia acabou ficando coladinha com o dia de comemoração de Omulu, divindade ligada à cura, que é 16 de agosto!
Serviço: Espetáculo OCEE – Orixá, Cultura, Evolução e Essência | Omolu – A Cura Única apresentação: 14 de agosto às 18h e 30 min Local: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro Endereço: Rua José Higino, 115 – Tijuca Ingresso: Duração: 75 minutos Gênero: Todes Classificação: 12 anos